segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Botão OFF.



A ideia de que a vida é boa e digna para todos, que o vilão sempre se dá mal no final e o mocinho fica com o seu grande amor, alcança o público de todas as idades por meio da mídia, baseada na vida em que o povo gostaria de ter e não tem.
Hoje a grande maioria se ilude devido as telenovelas que apresentam uma 'ficção real' da qual muitas pessoas se identificam e colocam na mente que o próprio futuro e destino será igual.
A rede Globo, maior canal da TV brasileira e fonte das novelas nacionais mais assistidas é um grande exemplo: ela retrata algo praticamente possível somente para a classe alta e acaba manipulando a classe média e baixa. A telenovela malhação que pertence ao publico adolescente e pré adolescente se expande atingindo até a 3ª idade, mostra a vida de jovens interpretados por atores de 30 anos (ou mais), onde todos eles se vestem com roupas caras e de marcas boas, estudam em um pseudocolégio e vão para festas, praias e/ou bares todos os dias. O 'vilão' quer matar o 'mocinho', a gordinha quer ser popular e consegue, o pobrinho que sofre preconceito vai apara a Europa e onde se encontra a realidade? Com plena certeza nas novelas brasileiras ela não está.
Consequentemente os jovens que desfrutam dessa 'maneira de lazer' acabam desenvolvendo o mesmo que as personagens fazem, porém esquecem que na vida real não se tem um roteiro para se ensaiar e nem um controle remoto para apertar o pause, voltar a cena ou simplesmente apertar o botão OFF. A atual geração é a que possui mais informação acumulada devido aos recursos em mãos, entretanto, não sabe usufruir de uma maneira melhor e acaba jogando conhecimento fora.
O recorte temático que as novelas brasileiras passam para o telespectador é alienante pois não apresenta o mínimo de expectativa real para o receptor. A realidade foge no horário nobre da televisão e volta 6 horas da manhã com o despertador na hora de ir trabalhar.

Este post é uma crítica pessoal as telenovelas brasileiras. A intenção não é ofender, é apenas expor minha opinião. Não peço pra que me compreenda, apenas me respeite. Esse texto foi escrito em 2009.